Sim, é preciso saber viver, aprender a viver e buscar
melhorar a ponto de ser um ser humano que realmente valha a pena.
Nada ensina mais a viver, acertar e mudar do que efetivamente
observar a vida e os viventes e talvez repouse aí a tão questionada função do
BBB: observar os jogadores e aprender que a mentira tem pernas curtas, que as
máscaras caem, que ninguém é perfeito, que cada um vê apenas o seu lado da
questão, que ninguém quer abrir mão de nada e ainda assim quer ter tudo, que
muitos banalizam palavras e sentimentos, que sorrisos e abraços não significam
lealdade e sinceridade, que sinceridade e grosseria e arrogância são coisas
distintas, que os que parecem espertos ou idiotas podem ter aparências opostas
ao que são na realidade e que
inevitavelmente tudo o que fazemos é visto e gera consequências independente de
nossa vontade. Pois é, quem verdadeiramente tem o desejo de aprender, aprende
com qualquer coisa, em qualquer lugar e com qualquer pessoa, desde que se
disponha realmente a observar com olhos e ouvidos abertos e imparciais... E eu
aprendi. Não no BBB, ou não apenas nele, mas observando a vida à minha volta em
todas as suas nuances mais fortes ou discretas.
Olhei em volta e na paisagem vi a escuridão da arrogância
decorada de orgulho, numa foto esquisita que de tão sem sentido, parecia
abstrata. Nesta escuridão identifiquei a loucura dos excessivamente lúcidos,
totalmente embriagados na arbitrariedade de suas razões, numa embriaguez que
cega e ensurdece a ponto de tornar em crime a própria justiça.
Como é deprimente ver a loucura tirar o discernimento de
quem antes conhecia a luz do amor e agora confunde amor com sexo, com prazer,
com risadas e banaliza ainda palavras como pai, mãe e DEUS;
Como é horrível ver a escuridão onde antes havia luz e
identificar o amor ser substituído pela crueldade gerada pelo orgulho e pela
vingança do “Ah é?! Não é do jeito que eu quero?! Não é do jeito que eu
acredito que é melhor?! Então passarei do amor ao ódio, de parceiro a opositor,
do bem querer à inimizade... Eu passei para o outro lado!”.
É surpreendente ver quanta treva e dor pode caber em
palavras tão pequenas como orgulho, vingança, revanche e teimosia.
É triste ver alguém, deliberadamente, transformar o caminho
de sua vida em areia movediça e afundar-se nele a cada passo sem nem mesmo
perceber, tal é a altivez que empreende em seu caminhar... Alguém pode dizer “Dá
pena”, mas eu digo que não, não pode dar pena porque não houve engano, houve
uma escolha deliberada! Errada, mas deliberada, proposital, movida
exclusivamente pela arbitrariedade de suas razões, que nem mesmo eram
razoáveis, mas a arrogância não percebeu.
Não, não é possível se condoer pelo que opta pelo avesso do
amor, seria como ter pena de Paulo enquanto ele matava cristãos. Isso é
impossível! Não é possível, e nem razoável, ter pena de alguém que distribui
dor, que ignora argumentos e fatos reais, que tripudia do amor do outro em nome
de uma razão só sua. É impossível acolher amorosamente quem não é mais sensível
ao verdadeiro amor e foi justamente por isso que DEUS fez Paulo cair do cavalo,
literalmente, e o atordoou deixando-o cego por alguns dias a fim de que
perdesse o vício de seu antigo olhar e pudesse iluminar os recantos obscuros de
seu coração, adquirindo a visão da verdade e do amor, enchendo-se de humildade
para se juntar aqueles que antes matava, maltratava e dos quais antes se
escarnecia.
Aos que observei, então, desejo que, para sua felicidade e
libertação, “caiam do cavalo”! Quem sabe caindo, assim como Paulo, se libertem
de si mesmo e de seus sentimentos e visões turbados e se voltem para o amor?!
Desejo que eles finalmente entendam o que é óbvio de tão repetido,
mas que aparentemente é pouco ouvido e nos que ouvem, pouco escutado: Só no
amor há vitória, salvação, paz, realização, felicidade e tudo o mais que é tão
loucamente procurado por todos nós.
É o amor, apenas o amor, que suporta, que perdoa, que
acredita, que acolhe, que une, que espera, mas quando desmerecido com tamanha
crueldade que brota do orgulho e arrogância, míngua, murcha e morre, não para
dar lugar ao ódio, mas ao esquecimento, à indiferença, porque o amor nunca
falha, nunca deixa de ser amor para ser ódio, mas apenas para ser passado,
guardado para finalmente ser liberto no infinito quando formos para lá. De tudo
isso vem a minha certeza de que, se um sentimento promove separação, rixa,
racha, ódio, intolerância, orgulho e arrogância, pode ser mil coisas, mas nunca
amor. O amor nunca destrói, sua função primeira é construir e crescer, então
não podemos nos confundir, se estimula a destruição, não é amor de nenhuma
forma e nem em nenhum sentido.
Assim, depois de observar, refletir e ponderar finalmente
concluí que a paisagem que vi, tão escura e triste, já não envolve amor e se a
escolha daquele foi torta, já não posso me condoer ou compartilhar, pois quem
com porcos dorme, farelos come. Não posso nem mesmo mais dedicar o meu melhor,
pois não se lança pérolas aos porcos, só me cabe orar e pedir a DEUS que, por
misericórdia, derrube aquele de seu cavalo. No mais é limpar meu coração e
praticar o que me resta: Ctrl+Alt+Del.
Agora, nas mãos de DEUS.