"(...)Eu quero o bate papo da esquina, eu quero o Rio Antigo, com cadeiras na calçada (...)
Este era um sonho perdido em meio aos versos do poeta há décadas atrás.
O tempo passou rápido e o progresso e a modernidade, impiedosos, jogaram no chão,
em meio ao lixo do passado, os sonhos simples que envolvem a felicidade de viver em paz.
Internet, celular, globalização e o ser humano precisou acelerar, a felicidade não cabia mais na calmaria melodiosa da bossa nova ou, quem sabe, na boemia ingênua de uma cervejinha gelada numa madrugada na Lapa, era preciso muito mais!
A velocidade do mundo exigia uma felicidade regada à alucinações, sexo livre,
tudo em ritmo acelerado e de preferência com muito barulho e pouca melodia,
sem perceber, entramos na era do exagero, com trilha sonora e tudo mais.
Os heróis morreram de over dose, mas seus fãs parece que não perceberam e foram,
eles mesmos, buscar suas próprias doses cada vez mais over...
Em pouco tempo a "inofensiva" maconha já não "alegrava" mais ninguém.
A lança-perfume passou apenas a modismo nostálgico de carnaval.
Heroína, LSD, cocaína, ecstasy, crack, estes sim, eram capazes agora de trazer a excitação que esta nova sociedade precisava para ser feliz e, num pequeno instante inverteu-se o polo e não era mais "doidão" quem usava, mas era "careta" aquele que insistia em não experimentar daquele "barato"!
A lei da oferta e da procura, eterna e imbatível em qualquer época, fez valer seus princípios
e veio o traficante, suas facções, a disputa por espaços, as armas, o crime organizado e
a alucinação de um virou alucinação coletiva e passamos todos, doidões ou caretas, a viver o pesadelo das drogas.
O crime nos oprimiu, sufocou e agrediu de tal forma que a felicidade; aquela que era a razão da busca pelas drogas, aquela que precisava da euforia e excitação incomparável do ecstasy ou da cocaína ou de sei lá que outra droga destas (literalmente falando); simplesmente fugiu.
É a felicidade partiu, e não deixou endereço.
Deixou famílias destroçadas, viciados endividados e jurados de morte, a sociedade exausta e uma cidade à mercê do crime e pior, a mercê de um tipo de crime tão violento e sem sentido como jamais antes experimentado por ela. Um tipo de máfia cruel e sem piedade, capaz de selecionar crianças para o trabalho criminoso colocando-lhes nas mãos armas maiores do que elas, capaz de matar pessoas em seu invento terrível e memorável: "o micro ondas".
Mas dizem por aí que ser carioca é mais do que uma referência geográfica, é um estado de espírito, e sem felicidade, nada mais de toda aquela falsa euforia fazia sentido!
O carioca quer a alegria da praia lotada de turistas, reveillon com mais fogos do que em qualquer outro local do mundo, o carioca quer Copa do mundo, Olimpíadas e mais do que tudo isso, o carioca vive para a felicidade!
Clamou, clamou muito... e quem resiste ao apelo de um carioca?
Governador, prefeito, presidente, polícia civil, militar, federal, forças armadas, todos sensibilizados pelo clamor desta "nação simpatia", lutaram e devolveram a cidade maravilhosa a seu maravilhoso e alegre carioca para Glória do Cristo Redentor que lá do alto sorria embalado na felicidade de ver livre a cidade a seus pés!
Sim, eu sei, o carioca precisa de euforia e excitação e ele sempre a terá!
Quem pode viver mais euforia do que um povo que, numa visita de gratidão ao Corcovado, mirando sua cidade, pode se deslumbrar com uma paisagem incomparável que, experimentando bondade ímpar da natureza, oferece aos seus filhos e visitantes Copacabana, a princesinha do mar, e outras praias de um mar incrivelmente azul e de ondas imponentes com areia tão branca que chega brilhar e ainda, lagoa linda rodeada de parques e jardins (inclusive o botânico), e mais, a romântica baia e serras deslumbrantes, cachoeiras tudo isso guardado por um povo alegre e matreiro que hoje só quer viver entorpecido pela felicidade de ser livre, carioca e brasileiro?!
O carioca renasceu para gritar para o mundo a música que em seu coração nunca há de calar:
(...) E O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO!!!(...)"
Magnolia Abramo
Este era um sonho perdido em meio aos versos do poeta há décadas atrás.
O tempo passou rápido e o progresso e a modernidade, impiedosos, jogaram no chão,
em meio ao lixo do passado, os sonhos simples que envolvem a felicidade de viver em paz.
Internet, celular, globalização e o ser humano precisou acelerar, a felicidade não cabia mais na calmaria melodiosa da bossa nova ou, quem sabe, na boemia ingênua de uma cervejinha gelada numa madrugada na Lapa, era preciso muito mais!
A velocidade do mundo exigia uma felicidade regada à alucinações, sexo livre,
tudo em ritmo acelerado e de preferência com muito barulho e pouca melodia,
sem perceber, entramos na era do exagero, com trilha sonora e tudo mais.
Os heróis morreram de over dose, mas seus fãs parece que não perceberam e foram,
eles mesmos, buscar suas próprias doses cada vez mais over...
Em pouco tempo a "inofensiva" maconha já não "alegrava" mais ninguém.
A lança-perfume passou apenas a modismo nostálgico de carnaval.
Heroína, LSD, cocaína, ecstasy, crack, estes sim, eram capazes agora de trazer a excitação que esta nova sociedade precisava para ser feliz e, num pequeno instante inverteu-se o polo e não era mais "doidão" quem usava, mas era "careta" aquele que insistia em não experimentar daquele "barato"!
A lei da oferta e da procura, eterna e imbatível em qualquer época, fez valer seus princípios
e veio o traficante, suas facções, a disputa por espaços, as armas, o crime organizado e
a alucinação de um virou alucinação coletiva e passamos todos, doidões ou caretas, a viver o pesadelo das drogas.
O crime nos oprimiu, sufocou e agrediu de tal forma que a felicidade; aquela que era a razão da busca pelas drogas, aquela que precisava da euforia e excitação incomparável do ecstasy ou da cocaína ou de sei lá que outra droga destas (literalmente falando); simplesmente fugiu.
É a felicidade partiu, e não deixou endereço.
Deixou famílias destroçadas, viciados endividados e jurados de morte, a sociedade exausta e uma cidade à mercê do crime e pior, a mercê de um tipo de crime tão violento e sem sentido como jamais antes experimentado por ela. Um tipo de máfia cruel e sem piedade, capaz de selecionar crianças para o trabalho criminoso colocando-lhes nas mãos armas maiores do que elas, capaz de matar pessoas em seu invento terrível e memorável: "o micro ondas".
Mas dizem por aí que ser carioca é mais do que uma referência geográfica, é um estado de espírito, e sem felicidade, nada mais de toda aquela falsa euforia fazia sentido!
O carioca quer a alegria da praia lotada de turistas, reveillon com mais fogos do que em qualquer outro local do mundo, o carioca quer Copa do mundo, Olimpíadas e mais do que tudo isso, o carioca vive para a felicidade!
Clamou, clamou muito... e quem resiste ao apelo de um carioca?
Governador, prefeito, presidente, polícia civil, militar, federal, forças armadas, todos sensibilizados pelo clamor desta "nação simpatia", lutaram e devolveram a cidade maravilhosa a seu maravilhoso e alegre carioca para Glória do Cristo Redentor que lá do alto sorria embalado na felicidade de ver livre a cidade a seus pés!
Sim, eu sei, o carioca precisa de euforia e excitação e ele sempre a terá!
Quem pode viver mais euforia do que um povo que, numa visita de gratidão ao Corcovado, mirando sua cidade, pode se deslumbrar com uma paisagem incomparável que, experimentando bondade ímpar da natureza, oferece aos seus filhos e visitantes Copacabana, a princesinha do mar, e outras praias de um mar incrivelmente azul e de ondas imponentes com areia tão branca que chega brilhar e ainda, lagoa linda rodeada de parques e jardins (inclusive o botânico), e mais, a romântica baia e serras deslumbrantes, cachoeiras tudo isso guardado por um povo alegre e matreiro que hoje só quer viver entorpecido pela felicidade de ser livre, carioca e brasileiro?!
O carioca renasceu para gritar para o mundo a música que em seu coração nunca há de calar:
(...) E O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO!!!(...)"
Magnolia Abramo
Essa minha esposa está escrevendo direitinho, hein!!!
ResponderExcluirVale a pena ler.
Arcangelo