quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

É Natal


Uma estrela brilhante acendeu o céu anunciando um nascimento.
Nasceu o amor, a salvação e a esperança.
Na verdade ninguém sabe realmente a data certa daquela noite, mas todos conhecem o significado e a importância daquele nascimento.
Aquele nascimento chamado perdão, sentenciou à morte a própria morte, trouxe o impossível à vida e determinou que médicos e remédios tinham nova subordinação: era chegada a vitória sobre todas as coisas, ainda que alguns não conseguissem enxergá-la.
Nascimento que, por si só emanava paz e depois, convertido em vida, exemplificava amor e humildade, mas nem por isso, com menos força, sabedoria e poder.
Aquela estrela brilhante que rasgou o céu com sua luz numa noite que não importa a data, atestava que nascera o sentido, a direção e o poder, em sua verdadeira essência. Aquela estrela anunciava que tudo mudara naquele instante do nascimento.
Naquela noite um nascimento sepultava o ódio, aplacava as dores, confortava os humildes, oferecia perdão e trazia justiça.
Tentaram calar o rebento.
Quiseram “desnascer” o rebento. Mas não se pode acabar com o que É e certa vez Ele disse: “EU SOU”.
Assim, lindo, bom e forte, cresceu o rebento, mais do que todos, mais do que tudo, mais do que o próprio mundo e suas dores e ilusões. Cresceu além do céu, além da estrela, além da escuridão, além da vida como se conhece. Cresceu além do infinito inundando tudo de amor e luz de nunca se apagar.
O mundo ainda teima em tumultuar a vida com tragédias sem sentido, sofrimento e dores das mais diversas, mas o rebento daquela noite avisou: “no mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”, e seu aviso jamais deixou de ecoar pelos céus, mesmo muito depois de apagado o brilho daquela estrela.
A voz do rebento jamais deixou de ecoar, não importa quão surdo pareça o mundo Sua voz sempre estará lá, a voz de nunca silenciar.
A injustiça quis calá-lo, mas o rebento se fez justiça e perfumou as mãos que o quiseram esmagar e germinou delas, nascendo da morte para confirmar ao mundo que numa noite, que não importa qual foi a data certa, uma estrela brilhante acendeu o céu anunciando que nasceu o amor, a salvação e a esperança, mas muito mais do que isso, nasceu o caminho, a verdade e a vida, um rebento sem o qual ninguém chegará ao Deus Pai.
Não se pode precisar a data do nascimento do precioso, inigualável e indispensável rebento, mas creio que isso deva ser uma estratégia Divina para que, na dúvida, nos lembremos da importância e sentido deste nascimento todas as noites, tentando aprender cada vez mais com o brilho da estrela e toda a história vivida e exemplificada pela fragilidade do bebê mais forte que a humanidade já conheceu, então, pensei bem e decidi este ano não desejar a ninguém uma feliz noite de Natal, mas que cada um de nós possa ter a felicidade de viver em todas as noites, todos os dias e em cada momento, a plenitude da existência de nosso rebento Divino, Jesus Cristo, lançando-se totalmente em Seu incomparável amparo e amor.
Assim, de agora em diante, digo apenas:
Feliz vida convertida em Natal!


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Desacelere

Chegamos ao final de mais um ano. Muita festa, alegria, promessas e metas a serem cumpridas, muitas metas...
A globalização deixou o mundo ao alcance de todos, encurtou distâncias. A velocidade das informações encurtou o tempo e passamos a correr mais, correr sempre, correr demais!
Corremos tanto que as vezes tenho a sensação que nem mesmo sabemos por que ou para onde.
O mundo moderno trouxe tantas possibilidades, caminhos e horizontes; tantas riquezas, ilusões e alternativas de sucesso que parece embriagar e lançar a todos numa busca frenética que nunca cessa, uma busca com jeito de nunca se satisfazer.
Antes nossos sonhos tinham início, meio e fim. Vivíamos a fase do desejar, a do produzir e finalmente o prazer incrível de curtir a realização, de desfrutar a conquista. Agora os sonhos parecem envelhecer no meio do produzir e o desejo muda por algo mais atraente e brilhante, muda todo o foco e recomeça a nova produção sem o gozo indescritível da realização e conquista.
Não vai aqui nenhuma crítica a sonhar sempre e mais. Sonhar é maravilhoso e oferece à vida um colorido ímpar! Movimenta, transforma, alegra, torna tudo mais dinâmico e vivo. Sofro apenas a dor de ver sonhos abandonados morrerem sem conclusão, jogados fora como que sem valor, à margem de um mundo tão veloz que apagou o brilho do sonho dourado, tornou-o fosco colocando à frente da vida um diamante inatingível como a antiga cenoura pendurada à frente do cavalo para fazê-lo correr para pegá-la, sem jamais alcançá-la.
Sonhos não envelhecem. São pessoais e intransferíveis e é justamente isso que os torna tão valiosos: ter valor diferenciado a cada um.
A inversão de valores que o mundo moderno nos impõe jogou fora o lúdico e trouxe como única alternativa de felicidade e realização o sucesso sob a forma de fama, poder e dinheiro. Todo o resto passou a ser sinônimo de fraqueza, decadência e fracasso.
Ei, pessoal, o que aconteceu com o prazer de tirar férias de 30 dias? Nada disso de vender 10 dias! Planejar viagens, rever parentes e amigos e tirar um monte de fotos para recordar, onde foi parar tudo isso?
Onde foi parar o plano para aposentadoria? Casa no campo, viagem aquele local sonhado no exterior, descanso, paz e ritmo calmo para desfrutar a melhor idade?
Que armadilha é essa que este nosso “fantástico mundo moderno” nos trás onde aposentadoria é démodé e as empresas abrem as portas aos profissionais que querem continuar trabalhando mesmo depois de aposentados? Que ritmo louco é esse que se empreendeu à vida, onde a hora de descansar acabou e sempre é hora de recomeçar, de trabalhar mais, mesmo que não se entenda muito bem por que.
O mundo diz que é preciso ganhar mais, pois já não é mais possível ser feliz com “uma casa no campo com discos, livros e nada mais”!
A felicidade das coisas simples foi abolida! O simples acabou, ficou desinteressante e sem valor. Descansar virou sinônimo de desistir e desfrutar agora é compreendido como recuar.
A modernidade ensina que agora a sabedoria repousa em correr, buscar e trabalhar muito, frenética e incessantemente em busca de algo inatingível e desconhecido, mas sem desistir, sem descansar e sem desfrutar. Mas espere, se desfrutar for inevitável, ainda pode fazê-lo entre um expediente e outro, num happy hour, ou num final de semana prolongado, desde que volte correndo no primeiro dia útil seguinte, mesmo com sono ou ressaca, mas reinicie imediatamente sua corrida a algum lugar para buscar alguma coisa, seja o que for.
Uma pena. Em meio a correria, perde-se a calma do sorriso tranquilo, a paz de não precisar olhar o relógio a cada minuto e a alegria de poder se manter a pelo menos um metro do celular e tudo isso por nada, ou por alguma coisa que não entendemos bem o sentido, porque estamos correndo demais para esta compreensão.
A história modificou-se sozinha e o mundo que nos foi oferecido para nosso regalo, tirano, nos fez servo dele e cobra de forma cruel e implacável que nos adaptemos às suas normas e padrões sob pena de ficarmos à margem da felicidade que é capaz de oferecer.
Felicidade? Este novo padrão tirano há de ter outro nome que não felicidade!
A felicidade é algo diferente que se identifica muito mais com o formato original, onde o mundo foi criado para nos servir de cenário lindo e sustento seguro de alimento e paz.
Precisamos retomar a calma, a tranquilidade do “um passo de cada vez” ou do “há hora de plantar e hora para colher”. É verdade, pode acreditar: para tudo há um momento certo!
Há momento de repousar a cabeça num colo amoroso; de ouvir boa música olhando pela janela; de sorrir vendo fotografias; de fazer uma receita antiga; de tomar café da manhã com calma; de conversar fiado com um amigo; de fazer planos que envolvam sorrisos, amigos, parentes e lugares bonitos...
Há tempo de rever sonhos, de reeditar desejos para simplesmente desfrutar da alegria de sua conquista, sem precisar mostrar ao mundo, sem ter que provar nada para ninguém, mas simplesmente, sorrir com o coração e reconhecer a felicidade numa respiração lenta e profunda, num suspiro delicioso que traduz a sensação de “o mundo parou para mim”!
Pressa para que? Pressa por que?
A vida não tem replay, então precisamos saborear o agora entendendo que não é a toa que o agora é chamado de “presente”. Um presente maravilhoso que não pode ser desperdiçado pela correria de um mundo que quer nos vender falsos padrões de felicidade e realização, um mundo repleto de “ouro de tolo” com seu brilho encantador de pura ilusão.
Perdi as contas de quantas vezes, neste últimos dias, ouvi alguém dizer, ou eu mesma disse “este ano voou”!!! E voou mesmo, de repente, Natal! Não vamos permitir que ele voe também, ele é significativo demais para o perdermos em meio a correria de compras, presentes e preparativos de ceia, para depois cairmos na cama exaustos, sem respirar a essência que envolve esta data.
É Natal, desacelere!
Respire fundo, acalme seu coração e retome sua função no mundo: você é o gerente!
Não somos servos do mundo, mas de nossa vida. Vida que nos foi ofertada e cuidada graciosamente por um Deus de amor, paz, sabedoria e calma. 


sábado, 18 de dezembro de 2010

É a Vida, e Pode Ser Bonita

Obrigada, Grazie, Thanks, Merci, ありがとう, Спасибо, Tack, Teşekkürler, Ddiolch, Dankie, شكرا, Kiitos, 谢谢, Bedankt... 
Todas as raças entendem, sentem e reconhecem a importância do agradecimento, da gratidão.
Cartões e mensagens virtuais são criadas aos montes em todos os cantos do mundo para ajudarem aqueles que desejam, a agradecer por presentes, votos de boas festas, visitas, lembranças e toda sorte de gentilezas e boas ações prestadas. Nossos e-mails e páginas de relacionamento são coloridas diariamente pelas mais diversas mensagem carinhosas com bons desejos. Isso é ótimo e parece dar um pouco mais de sentido a este moderníssimo mundo globalizado onde até o carinho, para sobreviver, teve que se tornar virtual, pois na rotina veloz que ele impõe, já não havia tempo para estas “coisas menores”.
Mesmo com todos estes novos recursos para manifestar carinho e gratidão, ainda fico inquieta, tentando perceber se nós sabemos realmente o que nos deve gerar genuína gratidão.
Às vezes me pego questionando a mim mesma quantas coisas incrivelmente maravilhosas recebo a todo instante sem me dar conta do quanto são fundamentais para uma vida plena e feliz, mas que simplesmente usufruo e nem por um segundo paro para agradecer.
Basta parar por alguns instantes no meio da natureza e olhar em volta para identificar tudo o que temos à nossa disposição absolutamente de graça, coisas simples, sem as quais nossos sorrisos, sonhos, lutas e conquistas seriam absolutamente inviáveis. Ar para oxigenar nosso corpo; água para nos hidratar; terra para pisar, caminhar e ter como base para tudo; sol para nos aquecer e viabilizar a vida; plantas para a renovação do ar, para alimento e remédios; frutas para alimentar; flores para colorir, perfumar e encantar a vida; chuva para regar a semente; semente para engravidar a terra e recomeçar todo o ciclo da vida.
Alguém, de coração mais endurecido pelo ritmo que o mundo impõe, pode contestar: nada disso é gratuito! Precisamos tratar a água, arar a terra, plantar a semente, regar a flor... Nada nesta vida é gratuito! Mas é em meio a este protesto, que diga-se de passagem, já me foi feito, que encontro ainda mais motivos para ser grata. Motivos incontestáveis!
De que nos valeria o ar sem a capacidade para o respirar?
De que nos valeria o alimento sem a capacidade para comer ou digerir?
De que nos valeria o solo sem pernas e capacidade para o explorar?
De que nos valeria a água sem poder bebê-la ou banhar-se nela?
De que valeria o colorido, o perfume e encantamento das flores sem capacidade olfativa ou com cegueira?
De que nos valeria a internet e todos os recursos tecnológicos disponíveis sem capacidade de discernimento e raciocínio?
De que nos valeria tudo o que este mundo moderno e globalizado está pronto a nos oferecer sem a vida pulsando maravilhosa e “primitivamente” dentro de nós na forma de presente maravilhoso, gratuito, pessoal e intransferível?!
Vida, eis aqui uma coisa para realmente se agradecer! Mas, convenhamos, agradecer à vida é algo lúdico, beira à insanidade... Não. Agradecer é valorizar, reconhecer, cuidar, amar... talvez isso explique o mandamento “amar ao teu próximo como a ti mesmo”. Amar a você mesmo é amar à sua vida, e se a ama, diga isso a ela! Abra os braços às verdadeiras riquezas que ela te oferece, multiplique-as e passe à diante. Demonstre ao mundo, à vida e a você mesmo que a vida vale a pena por si só, que viver é uma presente incrível e que você ama viver!
Entenda e reconheça a riqueza do sorriso de um transeunte que você nunca viu e, provavelmente, nunca mais verá; da mensagem cheia de carinho e saudade de uma amigo de infância; do bom dia caloroso do porteiro do seu prédio; do colinho de pai e mãe; do abraço de amizade; do beijo de amor; da gargalhada no meio do expediente; do copo de água gelada no dia de verão; do barulho das ondas do mar depois de uma semana de trabalho duro; da declaração de amor de uma criança; do cachorrinho pulando de alegria quando você volta para casa no final do dia; da euforia de alguém que te ama por uma conquista sua; da chuva tintilando na janela numa tarde de domingo; do presente sem dada especial; do carinho inesperado; do amparo cuidadoso; da música que leva em viagem inesquecível e de tudo mais impossível de mensurar valor, mas tão valoroso que é impossível de se dispensar ou esquecer.
Ser grato à vida é entender seu verdadeiro valor sem deixá-la passar despercebida enquanto se distrai com conceitos e ilusões descartáveis que não somam, não acrescentam, não fazem crescer, mas apenas pesam tanto que não permitem que se siga adiante.
Ser grato à vida é trocar:
a traição pela lealdade;
a vaidade pela humildade;
a esperteza pela inteligência;
a indiferença pela solidariedade;
a intolerância pela paciência;
a impaciência pela compreensão;
a incompreensão pelo amor, que tudo pode entender.
Ser grato à vida é reconhecer que riqueza e dinheiro são duas coisas absolutamente diversas e completamente independentes uma da outra e que a felicidade reside no amor e na vida e não no poder ou no dinheiro e, finalmente, entender que a vida, sem gratidão e amor, é morta e jaz nela mesma, sem sentido ou esperança.
Neste Natal, época de presentes, dê este presente a si mesmo, aprenda a viver verdadeiramente com base em gratidão e amor, o aniversariante agradece.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Tal Felicidade

Olhar para o ceú e sorrir, esteja ele do jeito que estiver; nublado, limpo, azul anil ou cinza chumbo; não reclamar ou questionar, mas falar de todo coração que está incrivelmente lindo, tal qual obra de arte: isso é ser feliz!
Acha que disse bobagem? Então vamos raciocinar juntos.
A felicidade vem de dentro para fora e não o oposto. Ela vem de dentro de nós, forte, imperativa e decisiva transformando tudo que há à nossa volta, não importa o que seja. Não depende de sol, chuva ou flores pelo caminho, mas é ela que lança a nossos pés as flores coloridas e perfumadas que precisamos para sorrir e surpreender tudo e todos à volta de nós, com a força e segurança que já estava ali, mas ninguém nunca tinham percebido.
A felicidade não grita, mas é forte; não oprime, mas soluciona; não é remédio, mas cura; não é lei, mas faz justiça. A felicidade não é “melada e derramada”, não é manhosa! A felicidade é guerreira vitoriosa e quando se estabelece, jamais recua! Ela transforma, cura, fortalece, nutre e ilumina a alma vivente de quem parecia frágil e vencido. Surge forte qual guerreiro intrépido, como a Fênix, alça voo partindo das próprias cinzas, para ir alto como jamais voou, declarando ao universo que SIM, lhe cabe a liberdade de ser feliz!
Diante da real felicidade o que pode ser mais importante? Status, dinheiro, poder e vaidades, todos ficam menores, insignificantes. A ela só importa a proteção de sua origem e esta, invariavelmente, é o amor! Só ele, em sua expressão mais pura e verdadeira, pode fazer nascer a felicidade!
O que mais poderia dar à felicidade leveza para voar, força para lutar, cura para as feridas e a cores para pintar qualquer cenário? Só o amor tem força, poder e a coragem intrépida para tudo isso e ainda mais, para crescer em si mesmo.
Amor e felicidade são um. Um do outro, um pelo outro, um para o outro, sempre! E sendo assim, são inquestionáveis e indestrutíveis, mas justamente por isso, geram incredulidade e desdem aos que não os conhecem ou possuem.
Aos que não os possuem, felicidade e amor são loucura, fantasia, desequilíbrio, pois eles se opõem a tudo o que o mundo apresenta como prioridade. Eles transformam em ilusão e tolices os valores para os quais a maioria se rende e bate palma. Eles transformam em nada o “tudo” apontado pelo mundo e do “nada” do mundo fazem o tudo pela eternidade.
Os céticos, malfadados ao desamor e ao vazio da felicidade que se pode tocar e ver, nunca entenderão a felicidade real, infinita e eterna que repousa no intangível, invisível, intocável, imensurável e abstrato, mas justamente por tudo isso, repousa mais verdadeira.
Que falem, os céticos! De que importa o julgamento dos tolos? Pode algo ser maior do que a liberdade de ser feliz? Acaso a felicidade é algo que se valida por atestado de terceiros? Acaso quem vive a felicidade de conhecer o amor tem tempo para se importar com algum julgamento?
Que falem, os ignorantes! A eles só cabe a piedade dos livres!
Que falem, os incrédulos! A eles só cabe oração dos que tem fé!
Grite sua felicidade! Viva sua felicidade!
Dê gargalhadas do pneu que furou, mas não te impediu de chegar;
Da chuva que caiu de repente, mas te fez lembrar os tempos de criança;
Do cliente ranzinza que você acabou por fazer sorrir;
Do bolso vazio que te fez comer aquele pão com ovo que você levava na merendeira há mais de 30 anos atrás;
Do tombo que você levou, mas não doeu nada;
Da trapassa que tentaram, mas você descobriu e frustrou;
Das acusações que jogaram, mas sua vida desmentiu;
Dos amores de mentira que te fizeram reconhecer o verdadeiro amor quando ele chegou;
Dos quilinhos à mais, das rugas, dos cabelos brancos e de tudo mais que alguém pode apontar como degradação, mas que significam que você passou, superou, continuou e venceu!
Dê gargalhadas da tristeza e decepção que rondam, mas não conseguem chegar, pois a felicidade e o amor já tomaram todo o espaço, tomaram conta de tudo!
Cante a liberdade de ser feliz!
Cante o privilégio de viver o amor!
E se, ao te verem rindo e cantando, espalhando luz, força e vigor, alguém quiser questionar o que sente, duvidar do seu sorriso ou nublar a sua alma, apenas sorria e cante mais uma vez, pois a qualidade de coisas que você vivencia e sente não podem ser dadas como verdadeiras e de valor por aqueles que as conhece.


domingo, 12 de dezembro de 2010

Esperteza X Inteligência

Desde que o mundo é mundo um engano paira sobre a humanidade e alguns insistem em achar que esperteza e inteligência são a mesma coisa, tem a mesma importância e causam o mesmo efeito. Eis aí um perigoso engano!
A inteligência vem da delicada mistura de preparo, estudo, sensatez e sabedoria, enquanto a esperteza busca atalhos e, preguiçosa, prefere blefar, envolver e manipular o que, teoricamente, geraria menos esforço do desenvolver inteligência e proporcionaria os mesmos efeitos. Mas, cuidado, isso não é verdade! Os efeitos de uma e de outra são muito diversos. Enquanto uma pode garantir sucesso, felicidade e realização plena, a outra pode gerar grande ilusão disfarçada de vitória que, em curto espaço de tempo perde o perfume, começa a cheirar mal, a se manchar com bolor e pode contaminar uma vida inteira com seu “fungo” de frustração e derrota.
Por uma questão natural não se pode supor que a esperteza possa superar a inteligência, principalmente porque a esperteza comete o erro de subestimar a inteligência; certinha, ponderada, e cautelosa demais; e, por ser demasiado segura, solta-se passando a agir sem qualquer estratégia ou sensatez, afinal “ninguém pode pegá-la”, e acaba por tropeçar em seus próprios passos, caindo vencida aos pés da inteligência que, paciente e sábia, espera o momento adequado para mostrar quem de verdade tem “poder de fogo”.
A esperteza blefa e quando seu blefe é frustrado, desdenha, finge não ligar, cria novas vitórias, inventa “felicidades” julgando nocautear a felicidade, sem se dar conta de que é a si própria que atinge quando abre mão de acatar os fatos reais que se apresentam optando por viver uma mentira ao invés de buscar um novo caminho, um caminho mais seguro, baseado no aprendizado que pode vivenciar.
A esperteza se ilude, se maltrata, empaca e, tola, não sai do lugar, achando que é menos trabalhoso impedir a inteligência de andar do que dar alguns passos. São perigosos os seus atalhos, conduzem a abismos, mas ela é míope e não enxerga, só se dá conta quando já caiu. Insensata, cai gritando que venceu, cai rindo e desdenhando como se cair fosse realmente seu plano, seu desejo de felicidade.
A esperteza é teimosa, não aceita mudar, se aperfeiçoar e chegar a ser inteligência. É orgulhosa! Prefere mentir uma vitória a assumir que errou, que perdeu, que jogou fora. Então podemos concluir facilmente: a esperteza é burra!
De um outro mundo, um mundo mais real e saudável, a inteligência observa a degradação diária da esperteza. Enfrenta com sabedoria seus blefes e vira o jogo, ri silenciosamente de suas vitórias inventadas, observa a criação de suas ilusões e conclui que mesmo sua sabedoria e preparo não pode entender toda a tolice da esperteza, e triste, lamenta. Mais uma vida para ser feliz se perdeu no labirinto dos atalhos que levam os espertos para longe deles mesmos.
A conclusão que se pode tirar de tudo isso é que a esperteza é a alternativa de alguém que se perdeu de si mesmo e, sem saber acender sua luz interior, não encontra o caminho de volta, passando a olhar o outro e a “espertamente” tentar viver suas conquistas, felicidades, realizações e até bens como se pudesse virar um espécie de espelho, refletindo para si o que é do outro, ao mesmo tempo que desdenha e, nervosamente, ri daquilo que não consegue refletir.
Diferente do que tenta aparentar, a esperteza está longe de ser uma qualidade, ao contrário, beira à neurose e transforma alguém com enorme potencial para o sucesso em pessoa maltratada pela inveja e a incapacidade de produzir sua própria felicidade.
Se os candidatos a espertos se interessassem em olhar para a história da humanidade rapidamente identificariam que os que optaram por atalhos e subestimaram a inteligência dos demais, por mais poderosos que fossem, foram esmagados pela sensacional virada da inteligência sobre a força opressiva e desleal que muitas vezes a esperteza tenta empreender.
Hitler, Napoleão, Bin Laden, César, Nero, Ronald Biggs, e tantos outros exemplos, mais ou menos famosos, mas todos escravizados ou vencidos por sua esperteza, superior a de todos no mundo! Muitos escravos de suas próprias ilusões.
Ao contrário da esperteza, a inteligência não pesa, liberta, abre portas, aponta caminhos, aumenta possibilidades e não teme errar, pois sempre se permite aprender com o erro e recomeçar mais forte do que antes, mais sábia e consciente de qual é sua meta de realização e felicidade.
A inteligência não se prende ao passado, olha para frente e segue! Do passado leva apenas o que aprendeu. Não se embriaga com mágoas ou desejos de revanche, apenas aprende e segue em frente, com passos calmos, mas firmes.
A esperteza levou o homem às guerras enquanto a inteligência o levou ao espaço em viagens fantásticas à lua e outros planetas;
A esperteza conduz o homem por perigosos atalhos enquanto a inteligência o possibilita novos caminhos com infinitas possibilidades de conquista;
A esperteza induz o homem ao crime, enquanto a inteligência cria as leis e estimula a disciplina para um mundo mais justo e feliz;
A esperteza ilude o homem enquanto a inteligência o ensina;
A esperteza leva o homem ao egoísmo e este, à solidão, enquanto a inteligência conduz às decisões que possibilitam a convivência e a felicidade de viver verdadeiramente o amor.
A esperteza, por não ter fundações, é rasa e frágil só podendo oferecer o que tem seu tamanho e força, mas a inteligência, que cresce com fundações seguras baseadas em sabedoria, estudo e aprendizado, aumenta eternamente em si mesma, pois nunca se acha pronta e oferece o que não pode ser roubado ou destruído, pois é pessoal e intransferível: FELICIDADE.
Esta pode ser até refletida, simulada ou inventada, mas nunca sai de seu território, as mãos de quem pertence. Aliás, creio que este é o maior erro da esperteza, não reconhecer o princípio da territorialidade. Ela começa blefando e enganando os que estão à sua volta para, através de atalhos, conseguir suas realizações e, por fim, blefa e engana a si mesma, perde o referencial e passa a ser vítima de suas próprias ilusões e ainda assim, tola, segue debochando do mundo sem conseguir ouvir as gargalhadas da vida às suas costas, porque o bacana mesmo é ser feliz de verdade!
  

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Caminho e A Vida


No segundo semestre de todos os anos dá-se início a uma nova motivação de estresse e ansiedade: o vestibular!
Centenas de milhares de jovens de todo o país, de todas as classes sociais, de todos os credos e raças se veem diante da responsabilidade de optar pelas carreiras que determinarão o seu futuro. Exagero? Não! Esta escolha realmente poderá determinará o futuro de um jovem! Poderá fazê-lo um profissional feliz e realizado ou causar-lhe imensa desmotivação e frustração, levando ao abandono do curso, ou pior, dos estudos e da esperança.
O problema é que, via de regra, a correria do mundo, os apelos do dia a dia e a mania institucionalizada de “vamos viver o momento” não nos permite planejar e acabamos por tomar decisões sérias num impulso, na última hora ou racionalizando com base em aspectos que, na realidade, não são os mais relevantes para aquela decisão.
A questão do vestibular é apenas um exemplo, pois a falta de seriedade na escolha de caminhos e de busca de sabedoria nas decisões, não é mais privilégio dos jovens, já é um costume bastante natural entre toda a sociedade moderna.
Ah, para que tanto planejamento? Para que pensar e ponderar tanto? Bom mesmo é arriscar e depois dizer “eu nunca me arrependo do que faço, só me arrependo do que não fiz!!!”... Alguém já parou para pensar na barbaridade que é o sentido desta frase? Como alguém só pode se arrepender do que não fez se são as coisas que se faz que efetivamente geram consequências? Como alguém pode crescer e se desenvolver sem reconhecer e se arrepender de seus próprios erros? E como reconhecer, se arrepender, aprender e crescer se não ponderar, avaliar e planejar?!
Precisamos nos impregnar na cultura da prevenção, mas não só na medicina preventiva, mas na cultura de prevenção para bem viver!
Temos que abandonar a ideia de consertar, remendar, recomeçar sem necessidade. O retrabalho não é prejuízo só no escritório, ele é muito mais danoso na vida, pois como dizia o poeta, “o tempo não para”!
Para quê separação se você pode ser mais prudente na escolha do cônjuge?
Para quê dois cursos superiores incompletos se você pode fazer cursos técnicos ou testes vocacionais antes de ingressar na faculdade?
Precisamos entender a gravidade e o peso de responder “pode ser”, “qualquer um”, “não sei” e todos os outros opcionais de quem ainda não descobriu o que deseja para si mesmo e o que sonha para seu futuro.
O caminho para a felicidade não está em ficar à deriva no mar da vida esperando algo acontecer, mas está em descobrir o que faz nosso coração bater mais forte!
Feche seus olhos e pare para pensar no que é que pode ser capaz de te fazer acordar cedo e feliz diariamente; que tipo de serviço te manteria assim motivado a ponto de superar o cansaço e sorrir de segunda a sexta, independente de calor, frio ou chuva; que atividade começaria a te encher de saudade no finalzinho das férias; o que você se sente orgulhoso em fazer porque sabe que faz muito bem.
Olhe para dentro de você mesmo e pense o que gostaria de estar fazendo daqui a um ano, três anos, cinco anos, dez anos! O que queria ter comprado, onde queria ter ido e com quem e fazer o quê. Se permita sonhar e nos sonhos descobrir onde mora a sua felicidade.
Depois que achar este endereço, basta ir atrás dela!
Com o endereço nas mãos, descubra qual o melhor caminho e qual o transporte que te levará mais rápido. Aprenda como chegar lá!
Você pode tudo, se souber onde quer ir.
A frase que diz que o que importa é ir, mesmo que não se saiba para onde é uma armadilha, pois se não se sabe onde está indo jamais se saberá se chegou e viver perdido no tempo e no espaço não é uma situação geradora de segurança ou felicidade.
Muitos podem criticar os que sonham, mas os sonhos são os maiores gerados de projetos e os projetos os maiores gerados de conquistas!
Ninguém poderá conquistar aquilo que nunca imaginou, então fica fácil concluir que aquele que não é capaz de sonhar não é capaz de construir, descobrir, arriscar e conseguir.
Viver por viver não é uma decisão interessante: é um desperdício!
Vida exige estímulo, vontade, garra e fé! Estes são temperos imbatíveis para uma vida feliz e de qualidade em todos os sentidos, pois não há quem consiga temperar apenas um setor da vida, quando decidimos que queremos ser felizes, espalhamos tempero por toda nossa vida e ela se torna saborosa por inteiro, em todos os sentidos! Os relacionamentos ficam mais interessantes, o trabalho mais prazeroso, o corpo em perfeita harmonia e o olho cheio de brilho e saúde reflete a luz do infinito!
O segredo da vida é buscar o endereço certo e não simplesmente seguir qualquer caminho.
Sei que é melodioso e alegre o samba descontraído que diz (...) deixa a vida me levar! Vida, leva eu!(...), mas nunca podemos esquecer os exemplos dos contos infantis e o de hoje nos faz lembrar de João e Maria, um garotinho e sua irmã que foram deixados na floresta por um velho lenhador e, como não tiveram tempo para se planejar, marcaram o caminho de volta de forma frágil, com farelos de pão. Vieram os passarinhos e comeram os farelos que lhe indicavam o caminho e eles tiveram que vagar a ermo, sem direção, até que foram atraídos por uma casinha linda, toda feita de doces e balas que parecia o lugar perfeito para duas crianças viverem muitos felizes, mas era uma ilusão, lá morava uma bruxa má que se alimentava de criancinhas e logo foram presos e veio a desilusão e o medo.
Este conto, convenhamos, meio macabro para ser infantil nos mostra que precisamos ser realmente muito sábios em nossas escolhas quando estamos à procura de um caminho, pois normalmente procuramos as respostas no mundo, nas ofertas, aparências, vantagens, mas o caminho certo para cada um está dentro de nós. Nós somos os guardiões de nossos próprios segredos e sabemos melhor do que qualquer um onde mora nossa felicidade, temos a chave da porta de entrada e saída, temos as respostas, temos a solução!
Se você está cansado e desestimulado, sem forças para “correr atrás” mais uma vez, não corra! Não é preciso ter pressa o que importa é nunca deixar de procurar.
Na dúvida e desesperança você ainda tem algo mais a lembrar: Jesus é o caminho a verdade e a vida!  Se precisar de uma força, é só pedir que Ele te dá.





quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Vaidade e Poder – Eis a Maçã Envenenada

Depois da descoberta de toda a sabedoria oculta nos contos infantis, resolvi buscar outro tema extremamente relevante nos dias de hoje e procurar em meio a outras historinhas algum sinal de que, desde pequenos, somos alertados quanto aos perigos que ele representa.
O tema: vaidade e poder.
Não, não são os temas, é o tema! Os dois são entremeados um pelo outro de tal forma que não é possível distinguir onde um começa e o outro termina! Os dois assim, juntos e misturados, são ainda mais tóxicos e nocivos do que a própria ambição por riquezas, já que esta, muitas vezes, pode se iniciar e encerrar nela mesma e condenar aquele a quem domina ao confinamento eterno em seu “pote de ouro”, mas a vaidade e o poder não, estes precisam de plateia e escada, precisam de alguém em quem se exercitar e outros tantos para a aplaudir.
A vaidade e o poder não seriam danosos se pudessem ser vividos e sentidos na medida justa e comedida oferecida pela sabedoria, mas infelizmente eles possuem elemento entorpecente, que causa profunda dependência e, se não utilizados de acordo com a medida prescrita pela sabedoria, não tarda, acabam por se transformar numa espécie de crack para a alma, fazendo-a precisar exercer cada vez mais poder e alimentar com ele, mais e mais a vaidade.
Sim, vaidade e poder fora da medida são drogas perigosas que levam o viciado à prepotência de achar que pode ditar regras, que pode estabelecer leis e padrões, dizer o que é justo e fazer justiça desconsiderando completamente as leis vigentes estabelecidas pela sociedade. A sede de poder e a vaidade de poder exercê-lo, o faz viver a alucinação de que é DEUS e que está acima do bem e do mal e aí, o viciado fica cego e começa a experimentar a degradação da razão, do bom senso e da justiça.
Completamente intoxicado, o viciado em poder e vaidade se perde dele mesmo, de seus amigos e dos seus padrões de moral e ética; distancia-se da justiça e do equilíbrio, perde totalmente a sensatez e já não sabe mais a diferença entre certo ou errado. Em nome de seu poder e da vaidade que o impede de reconhecer um erro, recuar e ajustar o que for necessário, não hesita em tentar manipular fatos e pessoas, em tentar torcer a verdade em seu favor e, sem poder mais contar com a sabedoria, completamente destruída pelos terríveis efeitos do crack, embaralha-se em suas próprias pernas, se contradiz, perde-se em seus próprios caminhos estratégicos e se envenena com suas próprias palavras.
Vaidade, poder, estratégias e veneno só poderiam nos conduzir a um conto infantil: Branca de Neve e os Sete Anões!
Quem não lembra da madrasta, cheia de poder e vaidade, que escravizava a princesinha para impedi-la de tomar posse do que lhe pertencia por direito? Ah, aquela madrasta que, quando Branca de Neve cresceu ainda teve que ouvir de seu espelho mágico que a princesinha era mais bela do que ela?
Como? Como alguém se atreve a contrariar o desejo incontido de um viciado em vaidade e poder? Como alguém pode ousar contestá-lo ou ao que ele determina?
O viciado cria suas próprias leis e regras e as muda sempre que necessário a fim de poder sempre satisfazer a si próprio ou aos seus. O viciado não aceita ser justo ou, pelo menos, razoável. Ele quer determinar tudo a seu bel prazer, ele exige ser respeitado, afinal ele é um... um... um vi-ci-a-do, apenas isso, um viciado, vazio e já sem qualquer discernimento ou sabedoria.
Ficou tolo como a bela madrasta que, para enganar Branca de Neve, matá-la e finalmente ser a mais bela de todas, toma uma poção mágica e transforma-se numa velhinha feia e encurvada, com nariz enorme que ostenta uma verruga.
Veja só, que loucura! A vaidade e desejo de poder lhe cegou a ponto de achar que venceria a batalha e seria a mais bela de todas tornando-se feia e velha!!! Só mesmo alguém cuja droga deteriorou completamente a capacidade de raciocínio e senso de sabedoria é capaz de empreender estratégia fadada ao fracasso e ainda suicida! Sim, suicida, pois se transforma numa velhinha frágil e vai guerrear com os sete anõezinhos. Tola, os subestimou pelo tamanho, mas esqueceu que eram sete e que o tamanho não significava burrice.
E lá se foi a velha madrasta, vencida e envergonhada, sem beleza e sem poder, com a vaidade acabada, despencando no enorme e escuro abismo dos que deixaram os amigos, a justiça e a sabedoria para trás. 




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Os Três Porquinhos

É antigo o dito popular que alerta para o perigo da mentira, "a mentira tem pernas curtas", mas parece que ele ficou esquecido, perdido no tempo, em meio a tantas outras singularidades deste nosso "maravilhoso mundo moderno" que segue sem ética rumo a um lugar qualquer repleto apenas de solidão maquiada de felicidade.
A "evolução" do mundo tirou a mentira do patamar de desvio de conduta e a elevou ao status de estratégia. Campanhas publicitárias, discursos políticos, campanhas de incentivo, bolsa de valores, programas de marketing de rede e sites de celebridades trabalham firmemente apoiados na mentira como se fosse uma matéria prima saudável capaz de produzir bons frutos. Mas o que pode nascer de uma semente ruim?
A mentira que, há anos atrás, repousava serena como uma brincadeira nas conversas de pescador, agora só não é admitida dentre os doentes graves e as crianças. Os primeiros são obrigados pela ética médica a saber do mal a que estão acometidos, não importando o que isso possa lhes causar sob o ponto de vista psicológico e nem o quanto as suas personalidades frágeis possam conduzi-los a um sofrimento muito maior com a consciência da gravidade de seu estado. Nada importa neste caso, a verdade tem que ser dita! As crianças, estas perderam o direito à fantasia, em nome da verdade não podem mais acreditar em Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do Dente ou qualquer outra "mentira" criada pelos adultos. Elas tem que viver com base na verdade... desde que não deixem de atender aos apelos comerciais gerados pelas campanhas publicitárias especialmente criadas para cada um destes personagens e que produzem valores incalculáveis ao comércio mundial. (???)
É totalmente incoerente! Parece loucura, mas o que pode se esperar de um mundo onde a mentira reina soberana e absoluta aprovada pela sociedade como algo necessário e... natural? Você não achou que a mentira fosse produzir coerência, achou???!!!
Hoje é comum se ler sobre um produto e fazer o questionamento: "Será que isso é verdade?"; e quem pode, em sã consciência, escolher um político com base em suas propostas? Todos já sabem que a maior parte do que eles apresentam é mentira, mas não se importam, afinal, quem não mente?!
A mentira se institucionalizou e pior, saiu da esfera comercial e política e entrou nas famílias, amizades e relações de confiança, passando como um rolo compressor por cima de bons sentimentos, impludindo impérios construídos sobre a rocha da lealdade, como se de areia fossem, sem respeitar nada e nem ninguém.
Vivemos dias em que qualquer interesse pessoal ou necessidade financeira é base mais que suficiente para justificar uma mentira, uma "pequena trapassa". (Coloco entre aspas porque não acredito que mentiras, trapassas e afins possam ser medidas em grandes ou pequenas. Elas simplesmente são! São terríveis e danosas não importa a origem ou o tamanho!). Elas sempre começam "pequenas e inofensivas" (como se isso fosse possível!), mas não tarda, crescem adubadas por suas próprias consequências e assim vão, cada uma gerando uma maior, até chegar ao ponto do irremediável e, vindo a tona (sempre vem), ferem e destróem de forma irreparável o que a ética e a moral levaram tempo incontável para construir e aí, pasmem, o mentiroso sempre aparecerá na foto, cabisbaixo e injustiçado, vítima da implacável incompreensão daquele a quem enganou. A mentira sempre vem temperada de covardia, são duas companheiras inseparáveis!
Desde o início do mundo os ensinamentos de DEUS ou mesmo a sabedoria popular, vem alertando para os perigos desta terrível armadilha que é a mentira:
"Não há nada em oculto que não venha a ser descoberto";
"O diabo é o pai da mentira";
"A mentira só dura enquanto a verdade não chega";
"A meia verdade é uma grande mentira"; mas nenhuma destas chamadas à ética e ao comportamento justo de um cristão que tem por obrigação amar a seu próximo como a si mesmo e, portanto, não pode fazer ao outro o que não gostaria que fizessem a ele próprio, foi o suficiente para abafar a ambição e o egoísmo alimentados e amparados pela lógica de um mundo sem compromisso com o outro ou com o que é justo e correto.
Hoje estamos condenados a viver a verdade implacável da transformação das pessoas em seres. Seres humanos? Não creio. Humanidade reporta a sentimentos, pensamentos, esperanças... Humanidade sempre reporta a grupo, a coletivo, a um conjunto de seres tão humanos que precisam uns dos outros para serem capazes de amar e assim experimentar a maravilha de serem livres! A liberdade feliz de poder viver juntos, pois é preciso ser liberto do egocentrismo e egoísmo para ser livre o suficiente para poder conviver! O ser humano não foi feito para viver sozinho, a solidão o aprisiona e consome e lhe tira qualquer possibilidade de felicidade.
Discordo do poeta que diz "e assim caminha a humanidade...". Não! Assim caminham os seres, destruíndo a humanidade! 

O mundo moderno trouxe à moda o "samba de uma nota só", o "bloco do eu sozinho", a filosofia do "primeiro eu, depois o samba", da "farinha pouca, meu pirão primeiro"! Alguém pode achar graça e até seria cômico, se não fosse trágico. E como é trágico e triste ver alguém supor que pode viver tranquilo e feliz e ter vantagens e ser vencedor baseando-se em mentiras, vivendo sob enganos... 
É como a história dos três porquinhos, enquanto os dois mais "espertos" constroem casinhas de palha e madeira para acabar mais rápido e poder ir brincar e debochar do porquinho prudente que demora mais, muito mais, construindo sua casa de cimento e tijolos, totalmente à prova do sopro do lobo mau. Aquele que cede à tentação da mentira verá que ela sopra enorme ventania e lhe deixa ali, sozinho, completamente exposto à vergonha de ser descoberto e desacreditado, lamentando ter perdido (jogado fora) bem precioso do qual ainda não havia se dado conta do verdadeiro valor, pois estava totalmente iludido pelo brilho ofuscante do ouro de tolo, único prêmio oferecido pelas supostas vitórias trazidas pela mentira.
Creio que chegamos ao tempo de dar mais atenção aos contos infantis. 


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Compromisso - Antídoto do Absurdo

Quando se fala de compromisso imediatamente vem à nossa mente o relógio.
A associação entre compromisso e horário é lógica e imediata na mente de todos neste nosso “mundo moderno” a ponto de esquecermos que compromisso é muito mais do que isso.
Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre na Internet, compromisso é a forma, pública ou não, de voluntariamente se vincular ou assumir uma obrigação com alguém, com algum objetivo ou causa.
Parece incrível ter que buscar um significado simples como este em um dicionário, mas diante de um mundo tão descompromissado onde as conseqüências da falta de compromisso transbordam nas telas da TV e nas manchetes dos jornais, achei prudente ter certeza de que não estava errada e que o mundo está de pernas para o ar não só em razão da desonestidade de políticos ou da maldade de psicopatas, mas pelo completo e total descompromisso de cada um de nós nas ações simples do dia a dia.
O “Fantástico” de ontem relatava o caso de um menino de 3 anos que se internou para uma operação de fimose e, tendo sido deixado na sala com mais duas outras crianças que também aguardavam cirurgias, foi operado de uma hérnia que não tinha, teve retirado o freio de sua língua e ainda foi operado de fimose, mas esta deverá ser refeita, pois não foi feita como deveria. A criança chorava aterrorizada diante do repórter achando que ele era médico... isso é apenas para termos uma noção do que este pequeno sofreu, sem considerar o sofrimento e indignação de seus pais. Tanto sofrimento fruto de apenas uma coisa: descompromisso!
No mesmo programa noticiou-se o caso de uma menina que, em um hospital, recebeu uma injeção de vaselina de uma enfermeira. Morreu em poucos minutos vítima de descompromisso. E houve mais o caso de um recém nascido que morreu totalmente ensangüentado ao lhe colocarem um cateter sem qualquer cuidado ou comprimisso.
Ainda neste programa, pasmem, ouviu-se a notícia de um policial da tropa de elite paulista, que seqüestrou e matou uma jornalista. Um policial especializado no esquadrão anti seqüestro??!!!!! Era um psicopata? Não, era alguém mau, sem compromisso com seu juramento, com o bem, com a segurança, com tudo o que aprendeu e com o que se propôs.
E segue a vida e os acontecimentos todos muito temperados por um descompromisso total de profissionais, cidadãos, pais, mães, professores, governantes e, para simplificar, de toda a humanidade!
As pessoas escolhem suas profissões e não se comprometem em cumprir ao que ela se propõe, não dão o seu melhor, nem sequer fazem o mínimo;
Médicos, professores, enfermeiros, policiais e tantos outros profissionais precisam de dois, três ou quatro empregos diferentes em razão dos salários baixos e, exaustos, não conseguem cumprir seus compromissos de excelência profissional;
Os maridos, envolvidos com os hábitos de consumo que a família absorveu do mundo moderno, já não conseguem arcar sozinhos com o compromisso de sustentar a família e suas “necessidades”, precisa da ajuda da esposa e fica totalmente impossibilitado de cumprir com a carga horária de pai... precisam de mais e mais horas extras e outras alternativas de aumentar seus ganhos mensais;
As mães parem seus filhos, mas não se comprometem mais em educá-los, em lhes ensinar princípios básicos. Saem das maternidades direto para seu trabalho e, no caminho, deixam seus filhos nas creches a fim de que alguém cumpra esta missão lá, mas aqueles também não abraçam este compromisso;
Babás, acompanhantes, domésticas e diaristas, em sua maioria, embora existam as louváveis exceções, ressentidas pela aparente desigualdade entre seu lar e o lar das patroas, são totalmente desprovidas de compromisso com lealdade, lisura e profissionalismo. Não realizam suas tarefas, maltratam crianças e idosos, abusam da confiança que recebem, assaltam as dispensas e ainda reclamam de suas condições de vida;
Governantes não governam, igrejas não ensinam os mandamentos, pais não educam filhos, filhos não respeitam pais, colégios não reprovam alunos com notas abaixo da média, faculdades despejam profissionais despreparados no mercado e psicólogos moderníssimos com seus fantásticos sistemas de orientação, não permitem mais a palmada e o castigo, e assim, lá vai o mundo, à deriva no mar revolto do total descompromisso com disciplina, crescimento, desenvolvimento, felicidade e paz.
Compromisso tem a ver com honra, lisura, palavra, retidão!
Compromisso tem a ver com honestidade e responsabilidade... quem pode imaginar um mundo sem isso?

Um mundo de paz exige compromisso.
Levante esta bandeira: compromisso!
Se não for por você, que seja por seus filhos, se não tiver filhos... que seja por seu futuro, por tudo o que há à sua volta, pois aquecimento global, guerras, epidemias, programas viróticos de informática, apagões aéreos, enchentes, fome, racionamento de energia e todos os problemas que nos cercam neste nosso “maravilhoso mundo moderno” não tem outra origem que não seja o descompromisso de cada um de nós com nossas “pequenas” responsabilidades.
Ainda dá tempo, mude e ajude o mundo a mudar, para isso basta COMPROMISSO!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O traidor e a traição

A traição sempre foi uma coisa que me incomodou, me intrigou e, me desculpe a grosseria, me repugnou profundamente!
Nunca consegui entender o que leva uma pessoa a trair os sentimentos ou a confiança de alguém, de quem ela mesma escolheu estar próxima... Ficava chocada em perceber, assistindo aquele antigo programa "Linha Direta", que os algozes sempre estavam próximos às suas vítimas, eram parentes, vizinhos, amigos, cônjuges, namorados... Nunca era um desconhecido, mas sempre um traidor!
Quando se fala em traição o que vem imediatamente à mente de muitos é o adultério ou situações afins, mas traição é muito mais do que isso, ela é criminosa porque normalmente se vale do que o ser humano tem de mais valioso a oferece: amor, amizade e confiança.
Sei que a traição num relacionamento conjugal ou mesmo num namoro é dolorosa e terrível, mas esta é mais fácil de se compreender e perdoar, porque (eventualmente) pode ser oriunda de uma insegurança, uma carência, uma fraqueza ou mesmo uma circunstância que envolvesse todos os sentimentos citados anteriormente, mas quando se trai a confiança, a amizade de alguém, não se faz isso "sem querer", porque este ato invariavelmente envolve uma mentira e NINGUÉM MENTE "SEM QUERER"!  A mentira sempre é pensada, planejada e premeditada. A mentira é suja, tanto quanto a traição.
Ultimamente, depois de presenciar algumas e viver com meu marido traições inomináveis de parentes e amigos, resolvi dedicar alguns momentos de minha vida a tentar entender o mecanismo que envolve esta atitude tão antagônica que normalmente promove uma punhalada na mãos que afaga.
Repassando em minha mente todas as que presenciei e principalmente as que vivi. conclui que não encontrava explicação porque a traição não se inicia e encerra nela mesma, mas é apenas uma válvula de escape, uma manobra desesperada de um sentimento ainda mais danoso, nocivo e imundo para quem o sente: a covardia! 
A covardia é um tipo de medo; não o medo saudável, aquele que nos alerta do perigo e nos faz buscar a devida proteção; mas o medo desonesto, aquele que quer nos esconder de nós mesmos, de nossas fraquezas e fracassos. Este medo "pequeno", um medo temperado por inveja, complexos e frustrações,  tem sido, invariavelmente, a origem das mais terríveis e sórdidas traições.
O medo de enfrentar o fim de um relacionamento, o fracasso profissional, a incapacidade empreendedora, as frustrações pessoais, as irresponsabilidades, as consequências de desonestidades, ou pior, o medo de enfrentar a felicidade e sucesso do "amigo", enfim: o medo de encarar e assumir os frutos do que se é! 
É claro que parece ser muito mais simples driblar a verdade e se tornar vítima de uma pessoa ou situação do que ter que enfrentar seus próprios demônios e admitir que errou, que fracassou e terá que reaprender a viver por outros caminhos e de outra forma. Realmente esta parece ser uma fórmula mais simples, mas isso é apenas tão somente uma maquiagem, destas que, não sendo à prova d'água, se desfazem com um simples banho de chuveiro, deixando o rosto imundo, todo borrado, muito mais disforme e defeituoso do que o original, antes da pintura!
A traição deforma a alma e a vida do traidor, mas ele é (que ironia) traído por suas ilusões, e não percebe. É comum ver o traidor amargar o arrependimento sem poder voltar atrás... Até aonde ele chegou não dá para retornar sem se expor diante dele mesmo! 
O traidor é egoísta e parcial, é a mistura dos piores sentimentos, é alguém que mente (corajosamente, que ironia!!!), para não ter que assumir suas culpas; é aquele que aposta todas as suas fichas em lançar no outro; normalmente aquele que o apoiou e ajudou quando ninguém mais o faria; todos os motivos de seu evidente fracasso, de forma a se transformar numa vítima daquele que o acolheu de coração aberto e confiou sem desconfiar.
O traidor é sempre um "injustiçado" que só está daquele jeito; endividado, desempregado, sozinho e passando por todo tipo de privações; porque alguém o explorou, roubou e enganou, por isso ele precisa desesperadamente de uma chance, uma ajuda para recomeçar e finalmente... trair mais uma vez. Sim, trair novamente, pois como a mentira, a traição se torna um vício e o traidor facilmente entra em crise de abstinência... Ser leal para ele é algo absolutamente impossível!
O traidor passa a vida inteira tentando se livrar das sujeiras que ele mesmo produz, mas é imundo na alma e só conhece um mecanismo de limpeza: sujar-se mais uma vez com mais mentiras para justificar-se, caindo, invariavelmente em nova traição. Ele vive a eterna ilusão de que jamais será descoberto porque ocupa todo o seu tempo em tentar denegrir a imagem daquele a quem traiu, tentando fazer com que o mundo inteiro possa entender que tudo o que fez foi para defender-se das terríveis maldades e injustiças que sofreu daquele que todos "achavam" que estava lhe ajudando. . .
O traidor se ilude achando que ele nunca será descoberto pelo mundo à sua volta, mas engana-se, pois não há nenhuma mentira tão bem contada que não venha a ser descoberta.
O traidor é um tipo de ser ímpar, de tão pequeno e incoerente! É um ser sem vida que passa os anos como um satélite inútil ao redor daqueles que efetivamente buscam vida em seus sentimentos e atitudes, caindo e levantando diante  dos acontecimentos e de cada dia que o mundo lhe impõe. De tão pequeno, o traidor é o único ser do universo capaz de morder a mão que o alimenta... nem mesmo os animais peçonhentos fazem isso!
O traidor é, veja que ironia, traído por sua ambição desonesta e acredita que poderá extrair mais vantagens se enganar aquele que lhe ama e ampara e, desta forma, joga fora não só o que ganhava, mas todas as possibilidades de receber amor, apoio e ajuda incondicional por uma vida inteira e tudo isso por, quem sabe, alguns 20 ou 30 por cento a mais do que desfrutava inicialmente... Em pouco tempo ele não tem nada e nem a quem recorrer, nada lhe restará do que contemplar sua existência equivocada e sua coleção de fracassos que pode esconder de muitos, mas nunca dele mesmo, pois a árvore se conhece pelos frutos e aquele a quem traiu pode ter sofrido traumas e prejuízos, mas sua própria natureza amorosa se encarregará de renová-lo e restituí-lo com mais do que o dobro do que perdeu, mas o traidor é uma árvore seca e morta, sem frutos ou raiz, a mercê do tempo e lenhadores implacáveis.
O traidor mente, rouba, engana e sorri pensando que driblou a todos e venceu... Pena... Não consegue enxergar que tudo o que viveu e construiu apenas fez  dele o que ele é em sua essência: um covarde traidor vivendo o terrível castigo de, pela eternidade, sentir em sua boca o sabor do alimento que carinhosamente lhe ofertou aquele quem ele traiu.