Obrigada, Grazie, Thanks, Merci, ありがとう, Спасибо, Tack, Teşekkürler, Ddiolch, Dankie, شكرا, Kiitos, 谢谢, Bedankt...
Todas as raças entendem, sentem e reconhecem a importância do agradecimento, da gratidão.
Cartões e mensagens virtuais são criadas aos montes em todos os cantos do mundo para ajudarem aqueles que desejam, a agradecer por presentes, votos de boas festas, visitas, lembranças e toda sorte de gentilezas e boas ações prestadas. Nossos e-mails e páginas de relacionamento são coloridas diariamente pelas mais diversas mensagem carinhosas com bons desejos. Isso é ótimo e parece dar um pouco mais de sentido a este moderníssimo mundo globalizado onde até o carinho, para sobreviver, teve que se tornar virtual, pois na rotina veloz que ele impõe, já não havia tempo para estas “coisas menores”.
Mesmo com todos estes novos recursos para manifestar carinho e gratidão, ainda fico inquieta, tentando perceber se nós sabemos realmente o que nos deve gerar genuína gratidão.
Às vezes me pego questionando a mim mesma quantas coisas incrivelmente maravilhosas recebo a todo instante sem me dar conta do quanto são fundamentais para uma vida plena e feliz, mas que simplesmente usufruo e nem por um segundo paro para agradecer.
Basta parar por alguns instantes no meio da natureza e olhar em volta para identificar tudo o que temos à nossa disposição absolutamente de graça, coisas simples, sem as quais nossos sorrisos, sonhos, lutas e conquistas seriam absolutamente inviáveis. Ar para oxigenar nosso corpo; água para nos hidratar; terra para pisar, caminhar e ter como base para tudo; sol para nos aquecer e viabilizar a vida; plantas para a renovação do ar, para alimento e remédios; frutas para alimentar; flores para colorir, perfumar e encantar a vida; chuva para regar a semente; semente para engravidar a terra e recomeçar todo o ciclo da vida.
Alguém, de coração mais endurecido pelo ritmo que o mundo impõe, pode contestar: nada disso é gratuito! Precisamos tratar a água, arar a terra, plantar a semente, regar a flor... Nada nesta vida é gratuito! Mas é em meio a este protesto, que diga-se de passagem, já me foi feito, que encontro ainda mais motivos para ser grata. Motivos incontestáveis!
De que nos valeria o ar sem a capacidade para o respirar?
De que nos valeria o alimento sem a capacidade para comer ou digerir?
De que nos valeria o solo sem pernas e capacidade para o explorar?
De que nos valeria a água sem poder bebê-la ou banhar-se nela?
De que valeria o colorido, o perfume e encantamento das flores sem capacidade olfativa ou com cegueira?
De que nos valeria a internet e todos os recursos tecnológicos disponíveis sem capacidade de discernimento e raciocínio?
De que nos valeria tudo o que este mundo moderno e globalizado está pronto a nos oferecer sem a vida pulsando maravilhosa e “primitivamente” dentro de nós na forma de presente maravilhoso, gratuito, pessoal e intransferível?!
Vida, eis aqui uma coisa para realmente se agradecer! Mas, convenhamos, agradecer à vida é algo lúdico, beira à insanidade... Não. Agradecer é valorizar, reconhecer, cuidar, amar... talvez isso explique o mandamento “amar ao teu próximo como a ti mesmo”. Amar a você mesmo é amar à sua vida, e se a ama, diga isso a ela! Abra os braços às verdadeiras riquezas que ela te oferece, multiplique-as e passe à diante. Demonstre ao mundo, à vida e a você mesmo que a vida vale a pena por si só, que viver é uma presente incrível e que você ama viver!
Entenda e reconheça a riqueza do sorriso de um transeunte que você nunca viu e, provavelmente, nunca mais verá; da mensagem cheia de carinho e saudade de uma amigo de infância; do bom dia caloroso do porteiro do seu prédio; do colinho de pai e mãe; do abraço de amizade; do beijo de amor; da gargalhada no meio do expediente; do copo de água gelada no dia de verão; do barulho das ondas do mar depois de uma semana de trabalho duro; da declaração de amor de uma criança; do cachorrinho pulando de alegria quando você volta para casa no final do dia; da euforia de alguém que te ama por uma conquista sua; da chuva tintilando na janela numa tarde de domingo; do presente sem dada especial; do carinho inesperado; do amparo cuidadoso; da música que leva em viagem inesquecível e de tudo mais impossível de mensurar valor, mas tão valoroso que é impossível de se dispensar ou esquecer.
Ser grato à vida é entender seu verdadeiro valor sem deixá-la passar despercebida enquanto se distrai com conceitos e ilusões descartáveis que não somam, não acrescentam, não fazem crescer, mas apenas pesam tanto que não permitem que se siga adiante.
Ser grato à vida é trocar:
a traição pela lealdade;
a vaidade pela humildade;
a esperteza pela inteligência;
a indiferença pela solidariedade;
a intolerância pela paciência;
a impaciência pela compreensão;
a incompreensão pelo amor, que tudo pode entender.
Ser grato à vida é reconhecer que riqueza e dinheiro são duas coisas absolutamente diversas e completamente independentes uma da outra e que a felicidade reside no amor e na vida e não no poder ou no dinheiro e, finalmente, entender que a vida, sem gratidão e amor, é morta e jaz nela mesma, sem sentido ou esperança.
Neste Natal, época de presentes, dê este presente a si mesmo, aprenda a viver verdadeiramente com base em gratidão e amor, o aniversariante agradece.
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