Depois da descoberta de toda a sabedoria oculta nos contos infantis, resolvi buscar outro tema extremamente relevante nos dias de hoje e procurar em meio a outras historinhas algum sinal de que, desde pequenos, somos alertados quanto aos perigos que ele representa.
O tema: vaidade e poder.
Não, não são os temas, é o tema! Os dois são entremeados um pelo outro de tal forma que não é possível distinguir onde um começa e o outro termina! Os dois assim, juntos e misturados, são ainda mais tóxicos e nocivos do que a própria ambição por riquezas, já que esta, muitas vezes, pode se iniciar e encerrar nela mesma e condenar aquele a quem domina ao confinamento eterno em seu “pote de ouro”, mas a vaidade e o poder não, estes precisam de plateia e escada, precisam de alguém em quem se exercitar e outros tantos para a aplaudir.
A vaidade e o poder não seriam danosos se pudessem ser vividos e sentidos na medida justa e comedida oferecida pela sabedoria, mas infelizmente eles possuem elemento entorpecente, que causa profunda dependência e, se não utilizados de acordo com a medida prescrita pela sabedoria, não tarda, acabam por se transformar numa espécie de crack para a alma, fazendo-a precisar exercer cada vez mais poder e alimentar com ele, mais e mais a vaidade.
Sim, vaidade e poder fora da medida são drogas perigosas que levam o viciado à prepotência de achar que pode ditar regras, que pode estabelecer leis e padrões, dizer o que é justo e fazer justiça desconsiderando completamente as leis vigentes estabelecidas pela sociedade. A sede de poder e a vaidade de poder exercê-lo, o faz viver a alucinação de que é DEUS e que está acima do bem e do mal e aí, o viciado fica cego e começa a experimentar a degradação da razão, do bom senso e da justiça.
Completamente intoxicado, o viciado em poder e vaidade se perde dele mesmo, de seus amigos e dos seus padrões de moral e ética; distancia-se da justiça e do equilíbrio, perde totalmente a sensatez e já não sabe mais a diferença entre certo ou errado. Em nome de seu poder e da vaidade que o impede de reconhecer um erro, recuar e ajustar o que for necessário, não hesita em tentar manipular fatos e pessoas, em tentar torcer a verdade em seu favor e, sem poder mais contar com a sabedoria, completamente destruída pelos terríveis efeitos do crack, embaralha-se em suas próprias pernas, se contradiz, perde-se em seus próprios caminhos estratégicos e se envenena com suas próprias palavras.
Vaidade, poder, estratégias e veneno só poderiam nos conduzir a um conto infantil: Branca de Neve e os Sete Anões!
Quem não lembra da madrasta, cheia de poder e vaidade, que escravizava a princesinha para impedi-la de tomar posse do que lhe pertencia por direito? Ah, aquela madrasta que, quando Branca de Neve cresceu ainda teve que ouvir de seu espelho mágico que a princesinha era mais bela do que ela?
Como? Como alguém se atreve a contrariar o desejo incontido de um viciado em vaidade e poder? Como alguém pode ousar contestá-lo ou ao que ele determina?
O viciado cria suas próprias leis e regras e as muda sempre que necessário a fim de poder sempre satisfazer a si próprio ou aos seus. O viciado não aceita ser justo ou, pelo menos, razoável. Ele quer determinar tudo a seu bel prazer, ele exige ser respeitado, afinal ele é um... um... um vi-ci-a-do, apenas isso, um viciado, vazio e já sem qualquer discernimento ou sabedoria.
Ficou tolo como a bela madrasta que, para enganar Branca de Neve, matá-la e finalmente ser a mais bela de todas, toma uma poção mágica e transforma-se numa velhinha feia e encurvada, com nariz enorme que ostenta uma verruga.
Veja só, que loucura! A vaidade e desejo de poder lhe cegou a ponto de achar que venceria a batalha e seria a mais bela de todas tornando-se feia e velha!!! Só mesmo alguém cuja droga deteriorou completamente a capacidade de raciocínio e senso de sabedoria é capaz de empreender estratégia fadada ao fracasso e ainda suicida! Sim, suicida, pois se transforma numa velhinha frágil e vai guerrear com os sete anõezinhos. Tola, os subestimou pelo tamanho, mas esqueceu que eram sete e que o tamanho não significava burrice.
E lá se foi a velha madrasta, vencida e envergonhada, sem beleza e sem poder, com a vaidade acabada, despencando no enorme e escuro abismo dos que deixaram os amigos, a justiça e a sabedoria para trás.
Amei Mag, muito bom, to tentando me cadastrar pra seguir seu blog mas não consigo...
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